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A mensagem de Biden ao Irã após novo ataque aos houthis no Iêmen

A mensagem de Biden ao Irã
REUTERS

O presidente americano Joe Biden disse neste sábado (13/1) que os Estados Unidos enviaram uma “mensagem privada” ao Irã sobre os houthis no Iêmen, depois que os EUA realizaram um segundo ataque ao grupo.

“Entregamos [a mensagem] de forma privada e estamos confiantes de que estamos bem preparados”, disse Biden, sem dar mais detalhes.

Os EUA disseram que este último ataque foi uma “ação subsequente” tendo como alvo um radar.

Irã nega envolvimento nos ataques dos houthis no Mar Vermelho.

No entanto, Teerã é suspeita de fornecer armas aos houthis, e os EUA afirmam que a inteligência iraniana é fundamental para permitir ao grupo atacar navios.

Os ataques aéreos conjuntos do Reino Unido e dos EUA atingiram quase 30 posições houthi nas primeiras horas de sexta-feira (ainda quinta-feira pelo horário de Brasília), com o apoio de aliados incluindo Austrália e Canadá.

Um dia depois, o Comando Central dos EUA disse que realizou novo ataque, desta vez a um radar houthi no Iêmen, usando mísseis de ataque terrestre Tomahawk.

Um porta-voz houthi disse à Reuters que os ataques não tiveram impacto significativo na capacidade do grupo de afetar o transporte marítimo.

Os houthis são um grupo armado de uma subseita da minoria muçulmana xiita do Iêmen, os Zaidis.

A maioria dos iemenitas vive em áreas sob controle houthi. Além da capital iemenita de Sanaa e o norte do Iêmen, os houthis controlam a costa do Mar Vermelho.

O argumento oficial de EUA e Reino Unido é que os ataques aéreos em curso contra alvos houthi são um evento separado da guerra em Gaza.

Seriam “uma resposta necessária e proporcional” aos ataques “não provocados e inaceitáveis” dos houthis à navegação comercial no Mar Vermelho, dizem.

No Iêmen e no mundo árabe em geral, esses ataques são vistos de forma bastante diferente.

Lá, eles são considerados como a adesão dos EUA e do Reino Unido à guerra de Gaza ao lado de Israel, uma vez que os houthis declararam que suas ações são em solidariedade ao Hamas e ao povo de Gaza.

É possível que estes ataques aéreos tenham um efeito inibidor sobre os houthis, reduzindo a capacidade do grupo de atacar navios no curto prazo.

Mas quanto mais tempo persistirem os ataques aéreos, maior será o risco de os EUA e o Reino Unido serem sugados para outro conflito no Iêmen.

Os sauditas levaram mais de oito anos para se libertarem de lá, depois de terem intervindo na guerra civil do país – e os houthis estão agora mais entrincheirados do que nunca.

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Foto de satélite mostra danos em Hudaydah após ataques dos EUA e Reino Unido
Legenda da foto,Foto de satélite mostra danos em Hudaydah, no Iêmen, após ataques dos EUA e Reino Unido

Cerca de 15% do comércio marítimo global passa pelo Mar Vermelho, segundo os EUA.

Isto inclui 8% dos cereais globais, 12% do petróleo transportado pelo mar e 8% do gás natural liquefeito do mundo.

Os EUA afirmam que o grupo já tentou atacar e assediar navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden 28 vezes.

Desde então, algumas grandes companhias marítimas cessaram as operações na região, enquanto os custos de seguros aumentaram 10 vezes desde o início de dezembro.

Londres e Washington apoiaram Israel após os ataques de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas, nos quais cerca de 1.300 pessoas foram mortas e cerca de 240 foram feitas reféns.

A campanha militar retaliatória de Israel, através de ataques aéreos e operações terrestres contra o Hamas em Gaza, matou 23.843 palestinos até agora, de acordo com o ministério da saúde administrado pelo Hamas, e acredita-se que outros milhares tenham morrido sob os escombros.

Mapa mostra rotas alternativas de transporte marítimo que buscam evitar o Mar Vermelho em meio a ataques houthis a navios comerciais

Por: BBC NEWS BRASIL

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