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Denúncia de execução policial e adulteração de cena de crime marca morte de jovem na Vila da Prata

Família de João Paulo Maciel, de 19 anos, acusa policiais da Rocam de forjar confronto e intimidar testemunhas após o homicídio. Caso segue sem pronunciamento da SSP-AM
Denúncia de execução policial e adulteração de cena de crime marca morte de jovem
Morte do jovem João Paulo Maciel causa indignação e acusações por parte de moradores da comunidade Vila da Prata /Foto: Reprodução

Uma grave denúncia de execução policial, adulteração de cena de crime e intimidação de testemunhas marca a morte de João Paulo Maciel, de 19 anos, morto na última terça-feira (28) durante uma incursão policial no bairro Vila da Prata.

Em entrevista concedida após uma grande manifestação de moradores fechar a Avenida Brasil na noite desta quinta-feira (30), a advogada Doracy Queiroz, que representa a família, refutou a versão oficial de “confronto” e detalhou uma sequência de intimidações que teriam ocorrido após o homicídio.

Segundo Queiroz, João Paulo, que trabalhava como assistente de pedreiro e tinha a ficha criminal limpa, foi executado. “Não foi um confronto, pois apenas a polícia atirou”, afirmou a advogada, citando testemunhas e imagens.

A defesa alega que a arma de fogo e as drogas supostamente encontradas com a vítima foram “plantadas” pelos policiais para forjar a narrativa. “A arma não era do João, era de outra pessoa que inclusive foi presa e eles plantaram essa arma”, declarou a advogada da família.

O ponto mais alarmante da denúncia ocorreu horas após a morte. A família de João Paulo encontrou a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) fechada e foi orientada a registrar o boletim de ocorrência no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP).

Foi no 19º DIP, por volta das 3h da manhã, que a família teria sido intimidada pelos mesmos policiais acusados da execução. “Num passe de mágica, os mesmos policiais que executaram João Paulo, e tudo isso está filmado, chegaram na delegacia ficaram com armas ali perto dos pais, de uma forma muito desrespeitosa. A verda”, relatou a advogada.

Protesto e clamor por justiça

A entrevista da advogada ocorreu logo após moradores do bairro Vila da Prata bloquearem a Avenida Brasil com pneus em chamas. Os manifestantes acusam policiais da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) de terem executado um inocente e exibiam cartazes com os dizeres “Polícia não é pra matar, polícia é para prender”.

A advogada informou que a família de João Paulo está com medo e precisou se evadir do local onde morava. Equipes especiais da polícia foram acionadas para dispersar o ato. Até o fechamento desta matéria, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) não divulgou nenhum pronunciamento oficial sobre o caso.

Por: Natasha Pinto

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